sábado, 18 de setembro de 2010

Aline dos Santos leu o texto "Marcas"




Aline é aluna da Escola Melvin Jones e foi auxiliada pela professora Ivanir Fazzioni.

Marina Carniel leu o texto "Lembranças que o tempo não apagou"




Marina é aluna da Escola Angelo Ari Biezus e foi auxliada pela professora Daiane Savoldi Curioletti.

Joana Carolina Zuchi leu o texto "Sob os sóis do sol"




Joana é aluna da Escola Mansuetto Boff.

Gabriela Volpini leu o texto "Família ontem e hoje"




Gabriela é aluna da Escola Elizabetha Pavan e foi auxiliada pelo professor Darci de Mattos.

“UMA VIDA E MUITAS MEMÓRIAS” Katia Beber Savoldi




“UMA VIDA E MUITAS MEMÓRIAS”

Em meados de 1920, a Fazenda Laranjeira, hoje denominada Distrito de Planalto, concórdia, Santa Catarina, era dominada pelo mato e, para adentrar, meu pai, um gaúcho de Guaporé, com 10 anos de idade, conta que sua família teve que abrir caminho com foices e machados. Depois de terem roçado um grande pedaço de mato, fizeram um barraco de taquaras para se acamparem. A companhia, chamada Colonização Muchilin era dona desse local. Então, meu bisavô comprou duas colônias de terras e ali começou a plantar milho, feijão, arroz... e tudo o que a família necessitava para viver.

Em 1934, Concórdia se tornou município. Meu pai contava que com o surgimento da Sadia, em 1944, a cidade começou a crescer e a receber pessoas de vários estados vizinhos. Assim, o espaço foi se modificando para que o progresso pudesse acompanhar e hoje minha cidade conta com 74 mil habitantes.

Em 1953, eu nasci e comecei a construir a minha história.

Dessa forma, uma lembrança saudosa que carrego em minha mente é do casarão antigo, com sobrado, onde morávamos, uma escada bem alta alcançava a porta da cozinha e da porta dava para perceber como nossa casa era grande e como eram aconchegantes nossas camas com colchões de palha e travesseiros de pena. O banheiro era uma patente, nosso chuveiro uma torneira adaptada em um latão preso num palanque próximo da casa. Assim, jogava-se a água dentro daquele recipiente e abria-se a torneira para se lavar.

Aos oito anos comecei a freqüentar a escola, que era muito diferente de hoje... Se não obedecíamos a professora, tínhamos que ficar de castigo, ajoelhados em sementes de milho ou tampas de garrafa, ou ainda, levávamos varadas nas mãos e puxões de orelha. Não tínhamos caderno, então escrevíamos num quadro com giz e depois apagávamos.

Daminha infância, lembro-me também das brincadeiras: pega-pega, esconde-esconde, caçar passarinho com bodoque, os carrinhos feitos de madeira que meu amigo João ajudava a construir, pois ser o mais velho da tropa. Já, as meninas brincavam de boneca com as espigas de milho ou com as bonecas confeccionadas pela mãe na máquina de costura impulsionada pelo pé. Mas não pense que brincávamos todos os dias; era só nos finais de semana, pois durante a semana tínhamos que ajudar papai e mamãe na roça, pois se não ajudássemos, a “Vara pegava”!...

A noite era uma festa, fazíamos filó na casa dos vizinhos; lá, tomávamos mate e contávamos lorotas. Havia ainda os mais antigos que contavam histórias de visagens; nós nos arrepiávamos, gritávamos e tudo acabava em alegria. Na hora de vir embora dava medo, mas pegávamos nosso “ciareto”, que quer dizer lampião, e seguíamos até nossa casa.

Naquela época, papai visitava a cidade uma vez por mês, a galope com seu cavalo magro. Chegando lá, deixava o animal amarrado no “estacionamento para cavalos”e levava o milho e o trigo no moinho para fazer a farinha e o arroz para descascar. Essa vagem custava um dia.

Lembro-me de como era as saborosas comidas que mamãe fazia no fogão à lenha. Aquela polenta na enorme calheira, o feijão, o arroz e o saudoso vinho, feito por nós mesmos coma uva do nosso parreiral.

A carne era servida somente uma vez por semana e para conservá-la, carneávamos os animais, cozinhávamos a carne num tacho, deixando-a depositada em latas de banha, pois não tínhamos energia elétrica.

O tempo passou, me casei e assim como meu pai e meu bisavô, construí minha família. Hoje sou avô e muito feliz fiquei em dividir com você um pouco da minha história de vida

(Aluna da 6º série da Escola Básica Municipal Romeu de Sisti )

Professora: Liane Maria De Carli Petry

“O TEMPO NÃO VOLTA, NOS AGUARDA” Wesley Corrêa Finger


“O TEMPO NÃO VOLTA, NOS AGUARDA”

Mesmo antes de cruzar a porta eu já o via. Sentado na varanda, em sua cadeira de vime trançado, uma inseparável cuia de chimarrão e uma história a ser contada:

“E como não recordar as sextas-feiras santas em que meu pai acordava toda a família bem cedo para colher marcela; difícil, pois talvez seja esta a mais profunda lembrança que guardo.

Lá estávamos, na cidade de Montenegro, enfrentando a conflitante realidade, na antiga casa de pau-a-pique. A cozinha quase sempre exalando os mais penetrantes aromas da culinária alemã. No entanto, por inúmeras vezes vi meus irmãos passarem fome, e, de fato eu mesmo pude sentir as paredes do estômago quase digerirem a si mesmas, pois em determinadas épocas a apouca caça de inverno (na época permitida) era insuficiente para atender a demanda de doze filhos. E a impiedosa geada do sul destruía boa parte do que plantávamos.

É difícil descrever a euforia das crianças (inclusive minha) ao verem meu pai despontando no horizonte da estrada, ostentando o resultado de horas de esforço: uma paca gorda ou um veado pardo> Uma atmosfera de incontestável esperança cobria aqueles momentos notáveis.

Muito depois de seu tataravô sair da Alemanha, com esposa e dois filhos a serem enterrados, vítimas da abominável carnificina da segunda guerra Mundial, enfrentando a brusca mudança de lar, em que com dezesseis anos vimo-nos obrigados a fugir da perniciosa e pestilenta febre tifóide e adotar Santa Catarina como nossa casa. Perdi amigos, perdi membros da família, estivemos muito perto de perder a esperança. Foi aí que o “território limpo” de 60 anos atrás nos acolheu. A cidade em que hoje vivo nada mais era do que uma via, onde alguns trabalhadores se uniram rodeando um rio, em seguida uma estrada...

Lembro-me nitidamente, tão claro quanto a água do antigo Rio Queimados, que ao passar pela principal rua da já então cidade via-se o moinho: a enorme construção, em uma elevação do terreno, com suas enormes rodas hidráulicas movendo-se ao sabor da correnteza... Em seu interior, como um coração vermelho e pulsante estavam as pedras, sedentas por triturar e moer, convertendo em farinha os grãos.

Eu já tomara como clichê o caminho ao moinho de pedra quando ensinei-o a meu filho mais velho, pois o ciclo não poderia parar, e a tradição sempre foi decisiva em minha vida.

Em uma vida pode-se ajudar a abrir caminho picaretas, e muitas vezes munido apenas de um facão que se herda do pai e o que foi vivido não se pode esquecer.

Ora, como era difícil a vida... a mim este difícil se tornará familiar, a ponto de ser agradável. Jamais ousaria comparar o tempo da velha tapera, com os infindáveis, monótonos e ‘agridoces’ dias de hoje”.

Ao longo dos anos sou frequentemente surpreendido pela dolorosa nostalgia..., guardo a lembrança do cheiro vindo da cozinha, da limpidez do ar, bem como do tempo que irrevogavelmente não volta, nos aguarda.

(Aluno do 7º série da Escola Básica Municipal João Theobaldo Magarinos)

Professora: Maria Vieira

sábado, 11 de setembro de 2010

Colégio CEM valoriza as pessoas no Desfile de Sete de Setembro


Com o tema "Brasil: um lugar de valor", o colégio CEM participou do Desfile da Independência no dia sete de setembro. O educandário fez uma homenagem ao povo brasileiro, destacando a capacidade criativa das pessoas e o papel de cada cidadão na construção de uma sociedade mais consciente e voltada aos princípios da cooperação. Faixas e cartazes mostravam ao público a preocupação do Colégio CEM com a educação e cidadania.

Participaram da programação cívica: professores e alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Pré-Vestibular. Ao todo, cerca de 200 figurantes desfilaram. Ao final, os alunos entregaram flores às autoridades presentes. Mais de dez mil pessoas prestigiaram o evento na rua Dr. Maruri.

Além de apresentar à população o compromisso do colégio CEM com o ensino de qualidade, alunos e professores mostraram a gama de serviços oferecidos à comunidade. Atualmente, o colégio CEM tem 420 alunos e conta com uma equipe de 48 colaboradores. A Cooperativa Educacional Magna atende na rua Osvaldo Zandavalli e junto à UnC-Concórdia. Uma das grandes atrações do colégio é a minicidade - um local apropriado para que as crianças aprendam (na prática) noções básicas para se tornarem cidadãs atuantes, internalizando o espírito de união e cooperação. Uma das novidades para 2010 é o curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições já estão abertas.